Adubação

Adubação

A adubação tem por objetivo colmatar as deficiências nutricionais do povoamento e garantir a sua sustentabilidade, de forma a potenciar o crescimento das árvores. Esta operação deverá ser realizada à instalação, bem como em manutenção, nos primeiros 3 a 4 anos após a plantação ou corte.

O que é a adubação?

O que precisa saber para adubar?

Para aplicar correctamente os fertilizantes é preciso:

Porquê adubar?

1

Aumento da produção entre 20% a 50%.

2

Garante um crescimento adequado das plantas, sem défice nutricional.

3

Melhora a “saúde” dos eucaliptos, dando-lhes maior resistências às doenças.

4

Mantém a capacidade produtiva dos solos.

Planeamento da actividade de adubação

As actividades de adubação devem ser planeadas, considerando os seguintes aspectos:

Nutrientes

Principais nutrientes para o desenvolvimento dos eucaliptos

Macronutrientes: presentes em concentrações relativamente elevadas.

Nutrientes

Benefícios para a planta

Azoto (N)

Maior crescimento vegetativo; Aumento da área foliar; Maiores produções.

Fósforo (P)

Formação de raízes e troncos.

Potássio (K)

Transporte dos hidratos de carbono; Controlo e regulação da água; Maior resistência a pragas, doenças e seca.

Cálcio (Ca)

Desenvolvimento das raízes; Maior resistência a pragas.

Magnésio (Mg)

Promove a formação de clorofila e a fotossíntese; Melhora a absorção do Fósforo.

Enxofre (S)

Melhora o crescimento vegetativo; Ajuda à fixação de fósforo.

Micronutrientes: presentes em pequenas quantidades.

Nutrientes

Benefícios para a planta

Boro (B)

Melhora o desenvolvimento das raízes e dos gomos apicais; Maior resistência à seca e à geada.

Cobre (Cu)

Maior resistência às doenças.

Ferro (Fe)

Ajuda à fixação de azoto.

Manganês (Mn)

Aumenta a resistência a doenças.

Zinco (Zn)

Estimula o crescimento e frutificação.

Necessidade de nutrientes em função da fase de crescimento

Fontes de fornecimento de nutrientes

Identificar as necessidades de nutrientes

A escolha do adubo a aplicar deve ser feita de acordo com as necessidades de nutrientes identificadas. Esta identificação faz-se através de:

Para uma correcta adubação é importante conhecer a fertilidade do seu terreno. Consulte aqui alguns laboratórios credenciados para efectuar análises de solo e/ou foliares.

Diagnóstico visual

Ferro

Nervuras com reticulado verde e fino contra fundo amarelado. Em casos extremos pode ocorrer branqueamento das folhas.

Azoto

As folhas assumem tons mais avermelhados ou amarelados. Envelhecem e caiem mais cedo. Redução de crescimento e produção de sementes.

Fósforo

Pontos ou manchas roxas na folha escurecida, podendo morrer. As folhas têm um crescimento reduzido. Normalmente há atraso da floração, com grande queda na produção de sementes.

Potássio

As pontas e margens das folhas ficam mais amareladas, acabando por secar e morrer. Envelhecimento precoce das folhas. Árvores ficam mais sensíveis à falta de água do solo.

Magnésio

A folha fica amarelada com os reticulados verdes e grossos. Geralmente, segue-se a morte da folha.

Cálcio

Amarelecimento evoluindo para morte das margens e pontas das folhas. Encarquilhamento das margens da folha, as quais ficam voltadas para o lado superior da folha. Morte dos rebentos terminais. Termina o crescimento apical.

Enxofre

As folhas adquirem tons verde‐limão.

Boro

Folhas menores, mais grossas do que o normal, encarquilhadas e quebradiças. Morte dos ramos terminais, em casos extremos, com transpiração de gomas. Super‐rebentação de ramos. Entre nós mais curtos. Fissuras na casca, de onde podem emergir gomas escuras. Má polinização. Atraso na floração.

Zinco

A lâmina foliar fica estreita e alongada. Há redução do tamanho dos entre nós com formação de tufos terminais de folhas, tipo roseta. Amarelecimento inter-nerval. Redução da produção de sementes.

Análise ao solo

É muito importante conhecer o teor dos principais nutrientes no solo, através da realização de análises de terra, para ajustar e otimizar a adubação às necessidades da floresta. A colheita de amostras de solo deverá ser realizada antes da plantação ou antes do corte sempre que se pretenda conduzir o povoamento em talhadia.

Métodos de recolha:

Como recolher:

Atenção:

Análise Foliar

A análise foliar é utilizada sobretudo para confirmar o diagnóstico visual nas árvores mais jovens, pois em árvores adultas a recolha é difícil e dispendiosa.

Métodos de recolha:

Aplicação de adubos

A aplicação de adubos ocorre em dois momentos principais:
Na plantação e em manutenção durante os primeiros anos de crescimento.

Adubação na plantação

A utilização de adubos na altura da plantação permite:

A aplicação de adubo na plantação poderá ser feita de acordo com uma das seguintes opções:

Opção 1

A = Adubação Fosfatada

B = Adubação NPK

Opção 2

Adubação NPK

Adubação de manutenção

Em 1ª Rotação:

Recomenda-se efectuar a primeira adubação de manutenção (geralmente com adubo azotado) entre 1 e 1,5 anos de idade, de forma manual e apenas na área de projecção da copa, num circulo com cerca de um metro de raio. Recomenda-se a segunda adubação de manutenção (N ou NPK), quando necessária, cerca de dois anos depois da primeira, entre os 3 e 3,5 anos de idade, de forma mecanizada na generalidade do terreno ou manualmente ao longo das linhas de plantação, numa faixa com cerca de dois metros de largura, se estas estiverem limpas de mato. Em alternativa, quando exista vegetação infestante nas linhas de plantação, aplique o adubo em faixas com cerca de dois metros de largura ao longo das entrelinhas – adubação menos eficiente.

Em talhadia:

Recomenda-se efectuar a primeira adubação de manutenção (geralmente com adubo azotado) entre 1 e 1,5 anos de idade, de forma manual e apenas na área de projecção da copa, num circulo com cerca de um metro de raio. Recomenda-se a segunda adubação de manutenção (N ou NPK), quando necessária, cerca de dois anos depois da primeira, entre os 3 e 3,5 anos de idade, de forma mecanizada na generalidade do terreno ou manualmente ao longo das linhas de plantação, numa faixa com cerca de dois metros de largura, se estas estiverem limpas de mato. Em alternativa, quando exista vegetação infestante nas linhas de plantação, aplique o adubo em faixas com cerca de dois metros de largura ao longo das entrelinhas – adubação menos eficiente.

Recomendações gerais para a adubação de manutenção:

Tipo de adubo

Dose

Observações

1ª aplicação

Sufalto de Amónio

200-300 g/planta

-

2ª aplicação

20-10-10 ou similar

0-350 kg/ha

Aplicar doses + elevadas nos povoamentos com maior deficiência DESDE QUE sem stress hidríco.

Adubacões complementares:

Calcário calcítico

350-500 kg/ha

Aplicar em solos acídos (pH<5) com Ca < 0,25 e 0,25 - 0,5 cmol/kg, respectivamente

Boro granulado (15%)

30 g/planta

Aplicar mediante indicação de análises foliares se teor de Boro < 25ppm; em média 1 vez a cada 2 cortes.

Recomendações

Adubação de manutenção

Não se aconselha a adubação de povoamentos nas seguintes situações:

Não se deve adubar

Perto das captações de água nem das linhas de água, permanentes ou temporárias, deixando faixas de protecção ao longo das mesmas, de modo a evitar alteração da qualidade da água.

Em áreas com elevado risco de erosão, com declives superiores a 35% e sem terraços, nos caminhos e aceiros.