Pós fogo

Pós-incêndio

A destruição da vegetação é o efeito mais visível após um incêndio. No entanto, ao nível do solo as alterações são complexas e o risco de erosão pode ser elevado. Perante estas ameaças poderão ser necessárias medidas preventivas que minimizem o risco e ajudem na recuperação equilibrada da floresta e do potencial produtivo ecológico.

Impactos dos incêndios sobre a floresta

A destruição da vegetação é o efeito mais visível após um incêndio. No entanto, ao nível do solo as alterações são complexas e o risco de erosão pode ser elevado. Perante estas ameaças poderão ser necessárias medidas preventivas que minimizem o risco e ajudem na recuperação equilibrada da floresta e do potencial produtivo ecológico.

Erosão Hídrica

Após os incêndios, a destruição do coberto vegetal e da manta morta deixa o solo desprotegido. Em períodos de chuva forte, este cenário é um facilitador da erosão hídrica, uma vez que as águas não encontram resistência à sua passagem, arrastando consigo cinzas, partículas e nutrientes. Como consequência os solos ficam mais pobres, a estabilidade dos terrenos é ameaçada e há o risco de contaminação das águas.

Factores de risco de erosão hídrica

Medidas de estabilização do solo

A estabilização do solo deve ser considerada logo na fase de preparação do terreno, a qual deve ser efetuada seguindo as curvas de nível.

Desta forma, reduz-se a velocidade de escorrência da água e o risco de erosão, não só num cenário de pós-incêndio, mas também nos primeiros meses de uma plantação , condições em que o solo se encontra mais descoberto e, como tal, menos protegido.

Adicionalmente, para minimizar o risco da erosão hídrica após a ocorrência de um incêndio deverão ser identificadas as áreas mais vulneráveis e, caso necessário, adoptadas as seguintes medidas:

Atenção:

Modelo de silvicultura após incêndio

Após um incêndio ter percorrido um povoamento de eucaliptos, algumas questões que os produtores colocarão é o que fazer e em que momento. As opções dependem da severidade do incêndio, da idade e dimensões das árvores e do vigor do próprio povoamento antes do incêndio.

Devo cortar a madeira ardida?

Em povoamentos ardidos com mais de 5 anos de idade

Tenha ainda em conta:

Controlo da regeneração natural de eucalipto por semente

Ao efectuar esta operação deve também eliminar os matos emergentes e espécies invasoras, diminuindo assim o risco de incêndio.

No caso de os cepos não voltarem a rebentar após um incêndio, é preferível efectuar uma nova plantação com um compasso regular.

Rearborizar ou regenerar o eucaliptal em talhadia?

Antes de tomar a decisão, em primeiro lugar é necessário perceber de que forma as árvores e as toiças reagem após o incêndio, o que só acontece ao fim de alguns meses.

A decisão de conduzir o povoamento em talhadia ou de rearborizar depende de dois factores:

Densidade de toiças vivas por hectare após incêndio

Para a condução em talhadia de um povoamento ser viável produtiva e economicamente, como orientação geral as toiças vivas que irão produzir novos rebentos deverão ser em número superior a 800 toiças vivas/ha. Esta avaliação é feita alguns meses após o incêndio, quando as toiças vivas já apresentam rebentação

Avaliação económica da rearborização

A rearborização do povoamento ardido implica a realização de um novo investimento ao nível da preparação do terreno, plantação e adubação, o qual deverá ser ponderado face aos custos destas operações e à expectativa de produtividade futura.

Consulte os simuladores disponíveis no site do Projecto Melhor Eucalipto e solicite apoio ao técnico florestal da sua organização de produtores florestais.

Condicionantes à utilização da madeira ardida

Na sequência de um incêndio, a cinza e o carvão inviabilizam frequentemente a utilização da madeira no processo fabril, por razões do seu processo de fabrico e da exigência de qualidade do produto final.

No entanto, dependendo da intensidade do incêndio e da extensão dos danos nas árvores, a madeira de eucalipto ardida poderá ainda ter valor comercial.

A indústria e a defesa da floresta contra incêndios

A devastação causada pelos incêndios florestais causa grandes prejuízos aos produtores florestais, entre os quais se encontra a indústria papeleira.

Papel da indústria

A indústria papeleira é proprietária e gestora de áreas florestais integradas no espaço rural, adoptando medidas de Defesa da Floresta Contra Incêndios para salvaguarda do seu património, com efeitos positivos para todos os proprietários rurais:

Prevenção estrutural

Silvicultura activa

Vigilância e Combate

Sabia que

Anualmente as empresas associadas da BIOND levam a cabo ações para prevenção de incêndios que consistem no controlo da vegetação, limpeza de caminhos e aceiros e manutenção e construção de redes viárias e divisionais. Em 2023, estas ações incidiram sobre uma área de 41,3 mil hectares, ou seja, 24,2% da área de floresta das associadas e representaram um encargo de 9,7 milhões de euros.